Técnica inovadora concilia inteligência artificial, ganhos em saúde e benefícios para o utente
A ULS São José inaugurou, esta segunda-feira, 20 de outubro, um equipamento inovador com um sistema de cápsula endoscópica totalmente automatizada e controlada magneticamente – cápsula endoscópica robotizada -, que permite a visualização completa do estômago e do intestino delgado, com recurso a inteligência artificial para avaliação das imagens. Inaugurado pela Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, o equipamento está instalado no Centro de Responsabilidade Integrado (CRI) de Gastrenterologia no Hospital Curry Cabral.
Este novo robô – o segundo instalado em Portugal e o primeiro no sul do país – permite estudar o tubo digestivo com fiabilidade e segurança e com uma equipa clínica reduzida. Com este novo sistema, é possível ter menos recursos alocados, não sendo necessária sedação anestésica nem recobro, o que permite ao utente retomar de imediato a sua atividade normal (laboral, académica ou de lazer).
Para realizar o exame, o utente ingere, minutos antes, uma pequena cápsula contendo uma câmara, que depois é expelida naturalmente. Trata-se de uma evolução face à endoscopia digestiva convencional, um procedimento médico também minimamente invasivo, eficaz e seguro, mas associado a alguns eventos adversos e implicando mais recursos humanos.
“Esta é mais uma aposta deste conselho de administração na tecnologia robótica, cumprindo-se, assim, o nosso lema: inovar no cuidar. Recordo que fomos os primeiros a ter um robô cirúrgico no SNS. Estamos perante uma tecnologia inovadora que nos permite poupar imensos recursos e oferecer aos doentes uma opção menos invasiva, mais segura e mais cómoda”, diz Rosa Valente de Matos, presidente do Conselho de Administração da ULS São José.
Todos os anos, em todo o mundo, milhões de pessoas fazem endoscopia digestiva. Nas últimas décadas, o estudo endoscópico do tubo digestivo (esófago, estômago, intestino delgado e colorretal) tem tido uma grande evolução tecnológica nas suas potencialidades diagnósticas e terapêuticas, sendo a cápsula endoscópica uma evidência desta evolução. Contudo, devido à anatomia do estômago, esta cápsula mais antiga apresenta limitações, que têm vindo a ser ultrapassadas com o novo sistema robótico. Graças ao sistema magnético, este modelo permite que a cápsula percorra toda a superfície da mucosa do estômago, recolhendo imagens. Está também em desenvolvimento uma cápsula endoscópica para estudo do colon e do reto.


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